Foto: Marco Weyne

“Pedro Miranda tem sido, além de super talentoso cantor, músico e compositor, um agitador cultural de primeiríssima: transformou o bairro onde mora num polo cultural carioca.”

— Joyce Moreno

Cantor, percussionista, ator, compositor, Pedro Miranda é um intenso artista carioca. Craque nas divisões rítmicas, começou a cantar em rodas de samba nos anos 90, em meio à revitalização da Lapa, e dali se projetou. Já rodou mundo afora com sua voz de timbre único e seu pandeiro, sempre com seu humor cheio de verve, reflexos rápidos e sorriso aberto.

Por Samba Original, seu terceiro trabalho solo, conquistou o Prêmio da Música Brasileira 2017 na categoria Melhor Disco de Samba. Na mesma premiação, recebeu a indicação de Melhor Cantor de Samba. Com Desengaiola, em parceria com Alfredo Del-Penho, João Cavalcanti e Moyseis Marques, recebeu o Prêmio da Música Brasileira 2023 na categoria Projeto Especial e foi indicado ao Grammy Latino no mesmo ano.

Seu segundo álbum, Pimenteira (2009), que veio na sequência de Coisa com Coisa (2006), arrancou elogios de Caetano Veloso: o artista disse ser "um evento especial em nossa música", "trabalho de fôlego" e "disco de um grande artista".

Fotos: Carlos Miller

"o estilo despojado do cantor, sem afetação, sem tiques nenhuns, dá conta de toda a possível cultura crítica atual relativa ao canto popular brasileiro. (...) E o fraseado revela reverência e familiaridade com a história do samba. Mas é a escolha do repertório que ilumina as virtudes do seu estilo."

––– Caetano Veloso

Fotos: Pepe Schettino | Daryan Dornelles

A ocupação de espaços públicos faz parte de um movimento pessoal do artista que começou nos últimos anos. Desde 2017, Pedro vem promovendo uma série de eventos na Gávea, onde vive, desenhando uma espontânea ocupação cultural que mudou a cara do bairro.

O Samba da Gávea, criado em parceria com seus companheiros da chamada geração Lapa, inaugurou esse movimento, que seguiu com o Forró da Gávea e o Choro da Gávea, na praça Santos Dumont, com o Coletivo Choro na Rua, e, mais recentemente, o Ensaio Aberto, no Parque da Cidade. 

Pedro é fundador e fez parte por mais de uma década do Grupo Semente e do Cordão do Boitatá, de tantos shows e carnavais.

É ator do consagrado "Sassaricando – e o Rio Inventou a Marchinha", em cartaz desde 2007, e foi um dos integrantes do grupo musical infantil "Farra dos Brinquedos". É sua a direção musical de "Clementina, Cadê Você", que estreou em 2013. Integra o grupo Samba de Fato, que lançou em 2008 o premiado álbum "O Samba Informal de Mauro Duarte".

Deixou sua marca em discos coletivos, como "O Samba é Minha Nobreza", "Lembranças Cariocas", "Samba pras Crianças" e "Lamartiníadas", além de ter gravado em discos de Gilberto Gil, Mario Adnet, Eduardo Gallotti, João Callado, Antonia Adnet, Roberta Sá e Casuarina. Fez turnê pelo Japão em 2018. Apresentou o Festival Choro Jazz em 2019, em Fortaleza e Jericoacoara, onde também tocou com o Samba de Fato. 

Foto: Bruno Veiga

“Pedro Miranda é a prova de que o samba tem um grande passado pela frente. Todo dia ele nos surpreende com as grandes novidades de 1933, 1947, 1952 ou 1966, sem esquecer uma ou duas maravilhas de 1972 ou 1984. Seu repertório é tão abrangente quanto exigente – só inclui sambas passíveis de eternidade.”

— Ruy Castro